Karl Marx e o Marxismo


Karl Marx (1818-1883) nasceu na cidade alemã Trier, numa família judaica, e se tornou um dos filósofos de maior influência na contemporaneidade. Foi o primeiro grande pensador a romper com uma longa tradição de pensadores e artistas inclinados para o lado dos aristocratas e burgueses, ele decidiu um caminho diferente, defendendo a emancipação dos trabalhadores.

Em sua juventude, Marx foi um grande estudioso de Hegel, mas ao examinar criticamente sua filosofia, a entendeu como uma especulação vazia. Em oposição às ideias de espírito e absoluto em Hegel, constatou que a filosofia deveria partir do ser concreto, que é o ser humano natural e social.

Influenciado pelo filósofo alemão Ludwig Feuerbach (1804-1872), Marx passou a criticar o idealismo de Hegel e propor uma filosofia materialista para compreender a sociedade e suas transformações, partindo das relações materiais e históricas de trabalho e de produção.

Partindo deste entendimento, Marx buscou, compreender a história dos seres humanos partindo das condições materiais nas quais eles vivem. Essa visão foi chamada posteriormente por Friedrich Engels (1820-1895) de materialismo histórico.

Segundo ele, o indivíduo se constitui nas relações materiais históricas e sociais. Isso significa que a forma como os indivíduos se comportam, agem, sentem e pensam está relacionada ao modo como se ocorrem as relações sociais de trabalho e produção dos meios necessários para a sustentação das pessoas.

Ao produzir o necessário para a sobrevivência, as pessoas constroem a si mesmos enquanto indivíduos. Deste modo, ele entende a experiência humana como resultado das relações de trabalho e produção.
Este entendimento é chamado de ‘materialismo’ pois tende a conceber as causas dos modos de ser dos indivíduos partindo da matéria, e não das ideias ou da abstração.

Trata-se de um posicionamento contrário ao idealismo, que priorizava as ideias e as categorizava em um nível superior de importância sobre a matéria. Além disso, é também histórico, pois entende que são as relações produtivas de um dado período histórico que produzem a vida social, política e espiritual.
“Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência.”
(Karl Marx)
Seus estudos envolveram as formas de produção, distribuição e consumo das riquezas produzidas num Estado, entendendo estes elementos como resultantes das relações históricas de trabalho. Marx e Engels foram responsáveis pelo estudo detalhado do funcionamento do capitalismo, suas características como o valor, a propriedade, o trabalho, o lucro, entre outros.

Destes estudos, os filósofos elaboraram um entendimento profundo sobre o funcionamento da econimia capitalista, bem como proporam teorias e conceitos como a ‘mais valia’, ‘classes sociais’, ‘lutas de classes’, ‘alienação’, 'ideologia', ‘consciência de classe’, ‘proletariado’, ‘força de trabalho’, entre outros.

Marx se opõs a todo tipo de filosofia de caráter idealista, que prioriza o teórico, a razão, ou o espírito, em detrimento das relações sociais, da vida concreta ou das relações materiais e históricas. Ele compreende a história como resultante relações econômicas e materiais de sua época e localização, ao invés de resultante das ideias ou de um "espírito".

Marxismo é, portanto, uma filosofia que critica os fundamentos do capitalismo, acreditando que a sociedade poderia se emancipar para uma condição igualitária e sem classes. O Marxismo tornou-se um dos movimentos intelectuais e políticos mais influentes da sociedade contemporânea.

Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o “Manifesto Comunista”, onde apresentam algumas ideias sobre o trabalho, a propriedade, as relações produtivas e principalmente a exploração do proletariado.


Referências:
ARANHA, Maria Lúcia; MARTINS, Maria Helena. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2002.
COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2013.