Frases de Glauber Rocha

Glauber Rocha (1939-1981) foi um cineasta, ator e escritor brasileiro. Em seus 42 anos produziu quinze filmes, oito longas e sete curtas, escreveu dois livros de ensaios, artigos para jornal e apresentou o programa Abertura da TV Tupi, em 1979.

Foi o cineasta mais influente no movimento do Cinema Novo, produzindo filmes criticando a desigualdade social no Brasil entre as décadas de 1960 e 1970, num período de instabilidade do país, se opondo ao cinema tradicional brasileiro que consistia em musicais, comédias e épicos.

Algumas frases de Glauber Rocha:

O artista é um ser em oposição.
A literatura não me liberta da solidão.
Todo artista acaba louco.
O povo é o mito da burguesia.
A cultura européia é uma cultura morta, decadente.
Benditos os loucos, porque eles é que herdaram a razão.
Não persigo o elogio e tenho horror de me sentir gratificado.
É preciso coragem para administrar uma subjetividade caótica.
Os revolucionários são em geral reacionários em matéria de arte.
Nada mais grave do que a incompetência oficializada dos jornais.
O irracionalismo liberador é a mais forte arma do revolucionário.
Somos todos patéticos. A vida tem que ser vivida pateticamente.
Minha guerra é contra isto: A intolerância, os preconceitos, a demagogia.
A televisão é escrava da publicidade e da audiência de um público deformado.
Os criadores da técnica de emburrecimento do público se espalharam pelo mundo inteiro.
O que interessa é a criação. A linguagem estabelecida, em qualquer arte, cansa.
Temo que no Brasil uma sistematização venha a destruir o impulso criador, sobretudo se a criação é inicialmente caótica e espontânea.
O principal problema da luta anticolonialista é a destruição do complexo de inferioridade nacional.
Eu acredito que a obra de arte é um produto da loucura, a loucura como lucidez, a libertação do inconsciente.
Não servi, não sirvo, nem pretendo servir a nenhum centro de poder cultural, econômico e político.
Pobre do país subdesenvolvido que não tiver uma arte forte e loucamente nacional porque, sem sua arte, ele é muito mais fraco.
A bronca do artista revolucionário é ver sua obra mexida com intimidade por críticos incapazes, moralistas recalcados ou eruditos fanáticos.
Muito mais do que nos livros é na música popular brasileira que se encontra a verdadeira história e a verdadeira sociologia do Brasil.
Como o povo os críticos também sofrem de colonização cultural: pensam como europeus e querem aplicar isso na nossa realidade subamericanizada.
Minha intenção é mergulhar na realidade brasileira, suas lutas e lendas, para chegar a exprimir a alma do meu povo em toda sua complexidade.
O Cinema Novo é um projeto que se realiza na política da fome, e sofre, por isto mesmo, todas as fraquezas consequentes de sua existência.
Não me exijam coerência. Não tenho resposta na boca para todas as coisas. Sou um artista, portanto meu processo é um processo dialético entre o fluxo do inconsciente e minha razão dialética. Assim, posso mudar a qualquer momento.
Sempre fiz questão de me desmistificar inteiramente, indo contra todos os tipos de paternalismo. Considero o estrelismo uma atividade doente, que oprime o público e exerce uma função paralisante na sociedade.
Não sei fazer nada sem amor. Sempre estou apaixonado por alguma coisa, que tanto pode ser uma mulher como um nascer-do-sol na praia. Para fazer cinema é fundamentalmente necessário quatro coisas: amor, inteligência, sensibilidade e sobretudo insolência.
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